Enquanto as imagens não chegavam, o
Centro Giordano Bruno retomava a fleuma duma espera sentenciada e
irredutível. Pouco havia a fazer. Os pouco mais de cinquenta cientistas e
informáticos quase apodreciam, pespegados em cima dos monitores, e os trinta
engenheiros e técnicos (que faziam o mesmo trabalho que os quatrocentos do
último quartel do século XX...), morriam
de tédio, nos raros intervalos de alguma pequena falha ou dessincronização que
fosse necessário ajustar. A informática, a robótica e a automatização tinham
tomado conta do centro. No fundo, havia apenas que ouvir e ver. As informações
vindas de Sapiens a e Sapiens b,
descodificadas à medida que iam aparecendo nos écrans, eram ao mesmo tempo
armazenadas para posterior análise, tornando tecnicamente inúteis a sua
visualização ou audição imediata. Depois, seguiam para sectores especializados,
contemplando as diversas disciplinas, no exterior.
Nestas condições, Paris-Meudon era
essencialmente um centro de informações, enovelado numa teia de jornalista e
prestimosos adidos culturais e científicos que preferiam o contacto directo, à
moda (em desuso...) da video-conferência. O que passou a estar em voga eram as
revelações mais populares, menos austeras, dimanadas da S.
Gabriel. A iminente chegada da nave a uma terra exótica e distante, atraia
as atenções gerais e, enquanto isso não acontecia, as grandes cadeias mundiais
de televisão passaram a dedicar extensos programas à última fase da viagem da caravela
de Vasco da Gama. Sucediam-se os
programas informativos, de índole científica ou mera divulgação dos aspectos
mais superficiais da astronomia e da astronavegação, bem como os que resvalavam
consciente ou inconscientemente para o insólito ou o extravagante. Uns e outros
- conforme o gosto e a fantasia dos consumidores... -, passaram desde logo a ter enormes audiências.
,
Em A
FEBRE DO OURO, pág 121
ResponderEliminar¸.•°♡♡彡
Feliz Páscoa!
Com muita paz e harmonia no coração, na família e com todos seus amigos!!!
Beijinhos de sua amiga
do Brasil.
¸.•°♡♡彡