sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A PEQUENA SONDA


- E se alguma coisa acontecer, não prevista... que seja presenciada pelos... pelos nativos e que esteja fora do seu entendimento... não será tido, por eles, como obra de deuses? Estou a lembrar-me, e já que você citou uma série de manuscritos antigos, dos textos do Kattrasaritsagar, da cidade celeste de Hiranyapura donde eram enviados veículos para a Terra, das áureas e argênteas rathas voadoras, tripuladas por criaturas extraterrestres que vinham estudar os humanos, dos Heloins bíblicos, do famoso carro de David... ou da barca celeste de Vixvakarman... para já não falar do... do ... deixe ver se eu consigo soletrar este nome bizarro... tão comprido... como a sua própria antiguidade... Sa-mar-ran-ga-na-su- -tra-dhar, onde se descreve como Brama construía carros voadores... Não será a S. Gabriel, para eles, os... os nativos... se for avistada, bem entendido!... qualquer coisa como isto?...
- Esperamos bem que não aconteça nada não previsto... A pequena sonda que descerá no planeta, também não tem poderes nenhuns para interferir seja de que maneira for. Nem deverá ser vista. Operará apenas pela noite... se houver gente. E mesmo que eles tenham qualquer sistema de iluminação, como os existentes em certas cidades da Terra antes da descoberta da electricidade, esse sistema deverá ser muito circunscrito. A sonda não tem luzes nem holofotes... e não será visível! Não se ponha a imaginar um desses discos voadores cheios de luzes que, de quando em quando, ainda são vistos por ignorantes ou, como no passado, quando serviam de pretexto para influenciar o Congresso Americano ou os parlamentares europeus, tendo em vista o desenvolvimento de novas armas...
- Não, não! - disse a gorducha, com um esgar molestado, insinuando a refutação dalgum tele-espectador que tivesse percebido que o velho o tomava por parvo.
- A sonda não precisa de luzes para ver o caminho... - continuou o sábio, em tom paternal, mas simples. - Os seus sensores são capazes de distinguir os acidentes do terreno ou da paisagem, com uma precisão milimétrica... Os eridanus não darão por nada!...
em A FEBRE DO OURO, edição Litoral, 2011, pág 197

3 comentários:

  1. Td maravilhoso por aqui..como sempre!! abraços de boa semana querido

    ResponderEliminar
  2. Querido poeta Vieira..qdo puder visita o espaço da querida e talentosa escritroa Capixaba marilena Soneghet...ok?
    http://nenasoneghet.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  3. Oi Vieira,
    Seu vídeo é excelente, já havia visto no teu blog de poesia.
    Ótima semana!
    Abraços!

    ResponderEliminar